quarta-feira, 22 de novembro de 2017
CAMINHADA MATINAL: A LIÇÃO!
CAMINHADA MATINAL: A LIÇÃO!
Por Anisio Saber Filho
Caminhava eu, por uma das ruas de meu bairro, um hábito antigo que me agrada bastante, observando a natureza, sem pressa, com todas as suas nuances e mensagens, algumas subjacentes, que nos levam a acreditar em nossos sonhos, outras, por sua vez, tão explicitas, de uma lógica tão sensata, que nos remete ao presente de nossa realidade, sem muitos sonhos, sem ser demasiadamente pragmático, no enfrentamento daquilo que a vida nos apresenta como missão!
Que leitura! A natureza é um livro aberto, para que todos leiam e entendam o que ela quer dizer. Tantas coisas a serem observadas, tantas mensagens, algumas boas, outras nem tanto, e muitas das vezes nem percebemos o recado premente que as ruas nos dão, porque estamos mais preocupados com os nossos próprios botões!
Olho para uma árvore frondosa, suas folhas muito verdes, apresentando os primeiros sinais da flor que brotará, anunciando um novo tempo, é a primavera chegando, para florir o mundo, amenizar as nossas adversidades e embalar nossos sonhos.
No passo seguinte, embaixo de uma marquise, um corpo inerte, debaixo de um cobertor de peleja, anunciava o desprezo do ser humano por outro, como se somente nós existíssemos e, estranhamente, uma placa, estava a exibir a trágica situação, uma simples e dolorosa palavra, em letras garrafais, grafada por um pixador, dava o tom da tragédia: FOME. Não sei se como denúncia ou deboche!
Tanta coisa para ver, em mais ou menos uma hora, que daria para escrever um livro e, mais adiante, um cachorrinho despertava a atenção de todos, meio esquálido, talvez subnutrido, comendo a ração e a água fresca que a bondade humana lhe deu e, nesse triste contraste, bem perto dali, o homem sob o cobertor provavelmente com fome e sede, ignorado por sua invisibilidade, aos olhos de todos!
Mas ele não era invisível, estava ali, eu vi e continuei minha caminhada, a esta altura com uma culpa que atingia em cheio meu coração, que incluía todos os seres humanos omissos e principalmente a mim, que tudo percebi e segui em frente, não por causa do cachorrinho, que merecia a atenção das pessoas, mas o que levaria um homem ao próprio exílio, ao auto-abandono e que coisa terrível e irremediável o teria levado a isso?
Jamais vamos saber, porque não nos interessamos por ele, embora soubéssemos o problema do cachorrinho, mas e ele, acredito que deve ter uma história prá contar, um passado que talvez até quisesse ignorar, mas nós também o ignoramos e essa pode ser a razão de ter se excluído da vida?
Por que chegamos a esse ponto, de tratarmos um ser humano como se não existisse, que, talvez, nem precisasse de um prato de comida, nem de um copo d’água, de sua sede saciada, mas de uma palavra, de ver que se preocuparam com ele e de uma luz que se acendesse em seu coração e que o levasse a acreditar que poderia recuperar o que deixou prá traz ou seguir um novo caminho fora daquela realidade tão deprimente!
Já caminhei hoje o suficiente para entender que as lições estão aí, no nosso cotidiano, para quem quiser aprender e que nós não podemos desconhecer o mundo que nos cerca, porque estamos nesse contexto e precisamos olhar, com os mesmos olhos, para todos os lados, dar comida ao cachorrinho e ver que o cara ao lado precisa se livrar daquele cobertor e renascer para a vida!
terça-feira, 7 de novembro de 2017
ESTRANHOS TEMPOS
ESTRANHOS TEMPOS
Tempos estranhos, muito estranhos mesmo, estão modificando o sentido da moral neste século XXI e não vejo nenhum sentido prático nisso.
Será que é por falta de algo mais importante para ser debatido ou por que não querem mais entrar em debates sobre coisas mais sérias? Será que excederam o conhecimento e agora querem debater banalidades, ou será falta de cultura mesmo?
Estamos nos distanciando dos verdadeiros valores, necessários à sobrevivência humana, carregando de importância, discussões que sociólogos, psicólogos e pensadores das áureas épocas do Iluminismo, não perderiam tempo em analisarem como evolução, determinados comportamentos, defendidos, com tanta veemência por setores da sociedade, nas suas diversas vertentes, numa proporção que dá bem a idéia do nível cultural que estamos a defender hoje!
Não vou externar aqui quais valores são esses, porque todos sabem quais são e pretendo, a critério de cada um, que façam sua própria análise e ele próprio determinar se vale a pena defender propostas que não vão livrar o mundo de uma consciência nefasta, onde temas de muita importância, não estão tendo o mesmo valor, daqueles que ocupam a todo instante as páginas das redes sociais e a mídia em geral!
O pior de tudo é que florestas estão queimando por todo planeta, o véu de ozônio com um buraco descomunal, desmatamento desenfreado, rios poluídos, verdadeiros depósitos de restos fecais, o mundo à beira da Terceira Guerra Mundial, quando governantes tresloucados estão doidos para apertarem o botão vermelho das bombas nucleares que arrasarão o planeta, mas isto, que deveria ser a preocupação de todos, está restrito a uma minoria persistente!
Enquanto isto, estamos por aí, discutindo o sexo dos anjos, como se fosse a última bandeira a ser defendida, demonstrando, para si mesmo, o grau de importância que dá aos seus próprios valores! Aliás, desvalores! Ressalvados alguns abnegados, que felizmente existem, e ainda conseguem fazer algum barulho na defesa do nosso planeta e brilharem no campo das idéias, que é onde sempre quero ser escalado para jogar!
Entramos na era do conhecimento, proporcionada pela internet e todas essas redes de comunicação direta, possibilitadas a nós, pelo próprio homem, que ainda pensa e deseja um mundo melhor, desde MacLuhann, que previu tudo isso, onde todos possamos nos comunicar para o bem próprio, onde a reciprocidade aconteça com toda a sua essência, na grande busca da elevação e preservação dos nossos ideais, mesmo os mais primários, que precisam ser mantidos e que estão sendo perdidos em meio a tantas futilidades.
Por isso não consigo entender por que não estamos aproveitamento essa porta, escancarada prá nós, onde podemos entrar sem medo, porque o que está lá é o conhecimento, e conhecimento não pode nos amedrontar, muito pelo contrário, nos encoraja a entrar por outros caminhos que eram desconhecidos, mas igualmente maravilhosos e que não podem ser desperdiçados!
Não podemos perder essa oportunidade! Depois pode ser que não dê mais tempo!Tentar consertar um erro é mais difícil do que fazer a coisa certa!
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
O ESCRITOR: O CRONISTA DA VIDA
O Escritor: O Cronista da Vida
Por Anisio Saber Filho
A vida de um escritor é renovada todos os dias, a cada palavra escrita, a cada ideia retratada, a cada sentimento passageiro sobre temas duradouros, a qualquer tempo e em cada momento lúdico ou trágico vivido por ele!
Quando a inspiração lhe falta, por razões que um escritor jamais explica, talvez até porque não saiba, fica ensandecido, meio apatetado, e sai numa busca fremente das palavras que as letras não lhe permitem coadunar, impedindo a ordenação lógica de seus pensamentos, como se estivessem lhe negando o oxigênio, indispensável a sua sobrevivência, tanto existencial quanto espiritual.
É como deixar que os acontecimentos ficassem ao léo, perdidos num mundo obscuro e inatingível e parasse de ser construído e o tempo estacionado, ali, nas suas últimas sensatas letras e só voltaria a se movimentar quando a inspiração lhe permitisse e começasse a escrever novamente, como se estivesse renascendo a cada frase, numa contribuição imediata para que a história não sofresse uma lacuna por não ter sido contada.
Assim é a vida de um escritor, uma missão apostólica, quase religiosa da palavra, a impulsioná-lo, todos os dias, pelo prazer de deixar esse legado para a humanidade que, depois de retratado por ele, passa a se chamar história, a história do nosso cotidiano, de pessoas importantes ou de um simples transeunte, ou até mesmo sobre uma árvore que ao deixar cair de seus galhos uma folha amarelada, o leva a dissertar maravilhosamente sobre o outono, perpetuando, assim, seu testemunho, como assim fizeram os apóstolos de Cristo, com suas crônicas, narrando cada momento vivido por Jesus aqui na Terra!
PARAR O TEMPO?
PARAR O TEMPO?
Por Anisio Saber Filho
Ah... Como eu gostaria de parar o tempo, impedir que o envelhecimento fosse inexorável e de mim não tomasse posse.
Não que eu tenha medo da idade, mas me assusta o ocaso, de partir deste mundo com tantas coisas ainda por fazer, aliás, neste quesito, ando bastante atarefado e também me afastar das pessoas que amo e que admiro, como minha família e meus amigos.
Um dia sei que meu tempo vai se esgotar, tenho consciência disso, mas graças a Deus sem data marcada, pelo menos que seja do meu conhecimento, mas, por garantia, levanto este tema meio angustiante, acho até que egoísta, quando proponho que nosso tempo aqui na terra seja maior do que o normal.
Deus poderia estabelecer um prêmio, como extensão do tempo de vida, há quem só praticasse o bem, a caridade e que tivesse a honestidade como lema em sua vida e exercitasse o amor ao próximo, sem restrição e com toda a intensidade!
Seria uma dádiva de Deus essa prerrogativa divina a quem assim procedesse e, se assim fosse, talvez, os homens se tornassem melhores e, mesmo que seja por interesse, não teria importância, despertariam para a felicidade alheia, aprenderiam a ter compaixão e veriam que essa prática é boa, até mesmo diante de seus próprios olhos e também pensariam muito, antes de terem uma recaída e praticarem o mal contra alguém, porque seus créditos para a extensão de seu tempo de vida aqui na terra, com toda certeza, diminuiriam bastante aos olhos de Deus!
Sei que estou falando por sofismas, formulando ideias que não se concluirão, ou que jamais acontecerão, porque tudo tem seu tempo certo, mas tenho certeza que se assim procedermos, pelo menos quando chegar nosso momento final, podemos conseguir um lugarzinho um pouco melhor no Jardim do Éden, onde nossos espíritos passearão por toda a eternidade!
O ESPÍRITO DE NATAL
O ESPÍRITO ESPÍRITO DE NATAL
Por Anisio Saber Filho
Ah!... Lá se vai o tempo, saudosos tempos, de cidade do interior, sem malícias, sem maldades, onde a pureza das pessoas se fazia sentir nos seus atos e pensamentos, num simples cumprimento ou aceno de cabeça, a representar o respeito pelas pessoas, hoje quase apagados pela selvageria que o desenvolvimento econômico e o progresso vem impondo ao mundo e aos seres humanos, numa velocidade impressionante, quase criminosa, derrubando valores e preceitos, até então, intocáveis pelo homem trabalhador e religioso.
Oh! Senhor de todas as coisas, de todas as formas, de todas as graças, de todas as preces, não deixeis que de ti nos esqueçamos, nem que de ti nos afastemos, mais do que já estamos.
Nos dias atuais, a crença em Deus, para muitos, está distanciada, não por sua vontade própria, mas pela batalha particular que cada um tem que enfrentar no seu dia a dia, onde o emprego não significa status nem segurança alguma, mas uma tênue esperança de quem o possui e que deve mantê-lo a qualquer custo, trabalhando incessante e extenuadamente.
Em tempos passados, principalmente lá pelos meados do século XVIII, os homens cultos e inteligentes, talvez a partir das idéias de Marx, passaram a negar a existência de qualquer realidade supramaterial, admitindo que a matéria como substância única, reduz a realidade ao que é perceptível pelos sentidos e facilmente controlável.
Eles acreditavam que a intelectualidade era incompatível com a fé religiosa e suas palavras tiveram grande influência na Europa, repercutindo em outros continentes, até mesmo no Brasil, onde os intelectuais, com raras exceções, negavam a existência de Deus, abraçando o materialismo proposto por Karl Marx - um grande pensador, que idealizou as linhas do pensamento comunista,principal fonte de inspiração para os objetivos revolucionários de Lenin.
Nietszche, um dos maiores filósofos da Alemanha, seguiu esta mesma linha de pensamento materialista. Ligado por íntima amizade a Wagner, não hesitou em rompê-la quando este voltou ao cristianismo.
Desenvolvendo uma moral decididamente anticristã e atéia, Nietszche exalta a vontade de poder do grande indivíduo (super-homem) e celebra a vida que sempre se renova em eterno retorno, sem ter que prestar contas de seus atos, sem temer o inferno ou preocupar-se com a eternidade.
Acometido de paralisia progressiva, que o levou à loucura, terminou seus dias em um manicômio na Riviera Italiana e, no leito da morte, teria dito: "Se realmente Deus existe, sou o mais miserável dos seres humanos".
Na Índia, entretanto, Mahatma Gandhi, um dos homens mais importantes de nossa história contemporânea, marcou sua trajetória política e religiosa, se contrapondo a qualquer tipo de materialismo e combatendo com todo fervor as conquistas por meio da violência, mesmo que importante fosse para seu país e, como praticante do hinduísmo e da forte pressão que o islamismo exercia, foi um dos líderes espirituais que mais se aproximaram do pensamento Cristão.
E no silêncio destas letras, peço que não deixes que de ti nos esqueçamos, pois o Senhor mesmo disse: "Pedi e receberás; buscai e acharás; porque quem pede recebe, e quem procura acha, e ao que bate, a porta lhe abrirá". E que desta porta, ao abrir-se para receber-nos no Paraíso, emane também as graças da virtude cristã, para que a herança do reino da luz esteja também na terra e seja por todos nós recebidas.
Seria um presente maravilhoso para este início de século. O Natal está se aproximando e mais uma porta se abriu: As portas do terceiro milênio. Os cristãos acreditam em mudanças profundas a partir deste novo momento, numa nova mentalidade para o mundo atual.
Na verdade tudo vem acontecendo com normalidade, pré-estabelecida, desde Adão, passando por Noé, Moisés, Abraão, Jesus Cristo e até mesmo Maomé, todos com missão específica e bem delineada, em cada tempo, em cada profecia.
E Jesus veio nos dar o maior de todos os exemplos: o exemplo da paz, onde o uso da força jamais foi por Ele utilizado ou mesmo aventado e, quando ofendido, dava a outra face sem arrependimentos e na cruz perdoou seus algozes e por onde passou deixou plantada a semente do amor e o seu desprendimento com relação ao poder do dinheiro.
Portanto, é preciso considerar a sua missão. Estes exemplos não podem ser esquecidos nem suas palavras ignoradas. Que mundo maravilhoso será o nosso quando a profecia de Cristo se fizer. Quando todos concluirmos que o dinheiro não pode ter a importância que se dá a ele nos tempos de hoje, nos levando a uma individualidade perigosa, solitária e perversa, mas que na verdade ninguém a deseja.
Então vamos lutar por um mundo melhor, o mundo visto sob a ótica de Jesus Cristo, a nos mostrar o maior de todos os seus presentes: O verdadeiro Espírito de Natal!
domingo, 7 de agosto de 2011
QUE MUNDO É ESTE?...
QUE MUNDO É ESSE?...
Anísio Saber Filho
Às vezes fico pensando, até com certa tristeza, sobre o mundo em que vivemos, esse mundo atual, que se diz moderno e globalizado e sem restrição alguma, cuja palavra parece ter tomado outro significado, que não o da integração em todos os sentidos da existência humana!
Na verdade, o que se vê é a intenção de um grupo de neo-liberais, deitados sobre os privilégios dessa malfadada globalização, espalhados pelos quatro cantos da Terra, usufruindo dessa definição unilateral, dada por eles mesmos, a essa palavra tão abrangente, mas recolhida a uma insignificância econômica, que jamais pretendeu ser globalizante em sua plenitude, como concebeu Marshall McLuhan, quando se referiu à globalização dos meios de comunicação, como fator de integração entre os seres humanos, o que, hoje, é uma realidade, mas que, infelizmente, não viveu o suficiente para confirmar suas teorias.
Como conseqüência, as pessoas perderam a capacidade de compadecerem de seus semelhantes, vítimas dessa modernidade, que nos impele a um consumismo sem precedentes, estimulados, que somos, pelo bombardeio diário a que nos submetem, cujo único objetivo é o de movimentar essa engrenagem capitalista que está levando o mundo à auto-mutilação de seus princípios, onde os ideais dos homens estão sendo substituídos pela necessidade de se ganhar dinheiro, a qualquer custo, como se fosse um alimento imprescindível às nossas reais necessidades de sobrevivência.
“Consuma mais e mais e viva mais e mais”.
Que crueldade com os seres humanos, que não vêem mais o tempo passar, porque a cada dia trabalha mais e mais, para poder atender a tantas demandas consumistas e, sem tempo até mesmo para lembrar-se de sua própria existência, nem sente mais a alegria de viver, e acaba por consumir-se a si mesmo, numa rotina insana, imposta por essa força hercúlea, lamentavelmente, alimentada pelo nosso próprio trabalho, contra a qual não temos como nos defender.
E, com isso, os homens perdem a sua delicadeza, não havendo mais lugar para um gesto de amor ou de carinho, ultrapassados que foram pela brutalidade do mundo atual, onde a desonestidade e a esperteza adquiriram status de pós-graduação e de doutorado, tornando o homem vulnerável a todos os tipos de falcatruas, protagonizadas por aqueles que detêm o poder, seja político ou econômico!
É desalentador, saber que a grande maioria dos homens se descambou para uma individualidade perigosa, para tentar defender-se, e, sem perceber, põe em risco um dos mais nobres sentimentos, que é o da participação e da comunicação entre as pessoas, baseados no respeito mútuo, no amor e na ajuda recíproca, sem interesses que não correspondam ou que possam ferir os limites da moral e da coexistência humana!
Anísio Saber Filho
Às vezes fico pensando, até com certa tristeza, sobre o mundo em que vivemos, esse mundo atual, que se diz moderno e globalizado e sem restrição alguma, cuja palavra parece ter tomado outro significado, que não o da integração em todos os sentidos da existência humana!
Na verdade, o que se vê é a intenção de um grupo de neo-liberais, deitados sobre os privilégios dessa malfadada globalização, espalhados pelos quatro cantos da Terra, usufruindo dessa definição unilateral, dada por eles mesmos, a essa palavra tão abrangente, mas recolhida a uma insignificância econômica, que jamais pretendeu ser globalizante em sua plenitude, como concebeu Marshall McLuhan, quando se referiu à globalização dos meios de comunicação, como fator de integração entre os seres humanos, o que, hoje, é uma realidade, mas que, infelizmente, não viveu o suficiente para confirmar suas teorias.
Como conseqüência, as pessoas perderam a capacidade de compadecerem de seus semelhantes, vítimas dessa modernidade, que nos impele a um consumismo sem precedentes, estimulados, que somos, pelo bombardeio diário a que nos submetem, cujo único objetivo é o de movimentar essa engrenagem capitalista que está levando o mundo à auto-mutilação de seus princípios, onde os ideais dos homens estão sendo substituídos pela necessidade de se ganhar dinheiro, a qualquer custo, como se fosse um alimento imprescindível às nossas reais necessidades de sobrevivência.
“Consuma mais e mais e viva mais e mais”.
Que crueldade com os seres humanos, que não vêem mais o tempo passar, porque a cada dia trabalha mais e mais, para poder atender a tantas demandas consumistas e, sem tempo até mesmo para lembrar-se de sua própria existência, nem sente mais a alegria de viver, e acaba por consumir-se a si mesmo, numa rotina insana, imposta por essa força hercúlea, lamentavelmente, alimentada pelo nosso próprio trabalho, contra a qual não temos como nos defender.
E, com isso, os homens perdem a sua delicadeza, não havendo mais lugar para um gesto de amor ou de carinho, ultrapassados que foram pela brutalidade do mundo atual, onde a desonestidade e a esperteza adquiriram status de pós-graduação e de doutorado, tornando o homem vulnerável a todos os tipos de falcatruas, protagonizadas por aqueles que detêm o poder, seja político ou econômico!
É desalentador, saber que a grande maioria dos homens se descambou para uma individualidade perigosa, para tentar defender-se, e, sem perceber, põe em risco um dos mais nobres sentimentos, que é o da participação e da comunicação entre as pessoas, baseados no respeito mútuo, no amor e na ajuda recíproca, sem interesses que não correspondam ou que possam ferir os limites da moral e da coexistência humana!
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
BRASILIA: ARQUITETURA DEZ, MORALIDADE ZERO
Anísio Saber Filho
Uma das mais belas obras arquitetônicas concebidas pelo homem, ou melhor, pelo mais ilustre arquiteto que o mundo moderno conheceu, transpira, por suas entranhas, os mais variados tipos de lama, de todas as cores e matizes e de muitos odores, cada um mais fétido que o outro, produzida em escala nacional e atirada sobre nós, brasileiros, por seus “ilustres” moradores, conspurcando aquilo que foi, um dia, o sonho maior de Juscelino Kubitschek!
Praticam negociatas na mesma proporção com que trocam de camisa e de mulheres, numa vergonhosa e desmedida busca do dinheiro fácil, não importando a sua origem, mesmo que isto cause a desgraça do povo brasileiro e o atraso dos nossos municípios, mas estas questões nunca preocupam nossos políticos, que só pensam em si, e dão a pior denominação possível a essa categoria, maculando uma democracia, que nem acabara de nascer e já padece de males tão incuráveis, causados por essa corja de políticos corruptos e ladrões, onde o patriotismo e a honestidade são simplesmente palavras arcaicas, esquecidas nos velhos dicionários palacianos, cujos significados já não tem sentido algum para eles!
O que mais me estarrece é quando um deputado ou senador é acusado de algum ato ilícito, os demais colegas o acusam com tanta veemência, esbravejando honestidade para os quatro cantos do país, como se fossem o último esteio, a última e definitiva barreira em defesa da moralidade, numa bem urdida, mas mal disfarçada, falácia dos habitantes temporários de Brasília – alguns ficam até que a morte nos livrem deles - numa interpretação digna dos grandes atores, embora, como tal, saibamos, de antemão, que é pura representação para um povo, que só vota porque é obrigado, perdendo seu precioso tempo, num dia de domingo, votando em quem não lhe dá nenhuma credibilidade ou respeito, mas que, em virtude dessa obrigatoriedade, acaba por coonestar o mandato de todos eles. Coisas do Brasil!...
E tem mais, os acusadores de hoje são os acusados de amanhã, por isto a farsa da acusação que jamais será levada a julgamento ou a qualquer tipo de punição, porque todos ou quase todos - gostaria de acreditar em exceção e acho até que existe, em escala ínfima – se defendem mutuamente, advogando em causa própria da acusação de corrupção, instituindo, no Congresso Nacional, uma “Constituição” paralela, para uso próprio, em detrimento dos interesses de nosso país e de todo o povo brasileiro!
A triste constatação a que cheguei e disso não tenho mais dúvidas, é que o padrão moral praticado em Brasília é muito diferente daquele usualmente praticado pela grande maioria dos brasileiros, que se vêem arrolados pela opinião pública internacional, nesse “balaio de gatos”, ou de gatunos, sem nunca terem participado de qualquer ato vergonhoso ou de favorecimento por corrupção e não têm, sequer, a mínima chance de se defenderem,onde grande parte dos meios de comunicação se omite e só se manifesta em defesa dos ricos e poderosos!
Ao contrário de tudo isto, aqueles que se dedicam ao trabalho honesto acabam sofrendo as conseqüências econômicas por se oporem a essas forças contrárias ao primado da honestidade, porque preocupam-se mais com sua dignidade do que com o dinheiro inexplicável e, assim, levam sua vida trabalhando duramente, sem as benesses desses favorecimentos imorais e mais uma vez acabam pagando por isto ao se aposentarem, quando são roubados pelo Governo Federal, que lhes tira o sustento e o direito de saldarem seus compromissos, como se aposentado não pagasse contas!...
Louvo o trabalho do saudoso presidente Juscelino, mas a mudança da capital para o Planalto Central tirou do Congresso Nacional os olhos vigilantes do povo, que, bem ou mal, conseguia inibir a roubalheira que se instalou no país após Brasília, que, por ser tão distante dos nossos principais centros urbanos, dá uma prazerosa imunidade aos ladrões que se apossaram do Brasil e, como já disse anteriormente, às custas de nossos votos!
A salvação do País está em tirar a capital de Brasília, retornando-a para o Rio de Janeiro, de onde nunca deveria ter saído, para que nós, que defendemos, com o rigor das Leis, um Estado de Decência, possamos exercer uma fiscalização ferrenha e cobrar desses caras o patriotismo que nunca tiveram no longínquo Planalto Central e resgatarmos para o Congresso Nacional o padrão moral que há mais de cinquenta anos vem sendo jogado na lama por esses maus brasileiros!!!
Uma das mais belas obras arquitetônicas concebidas pelo homem, ou melhor, pelo mais ilustre arquiteto que o mundo moderno conheceu, transpira, por suas entranhas, os mais variados tipos de lama, de todas as cores e matizes e de muitos odores, cada um mais fétido que o outro, produzida em escala nacional e atirada sobre nós, brasileiros, por seus “ilustres” moradores, conspurcando aquilo que foi, um dia, o sonho maior de Juscelino Kubitschek!
Praticam negociatas na mesma proporção com que trocam de camisa e de mulheres, numa vergonhosa e desmedida busca do dinheiro fácil, não importando a sua origem, mesmo que isto cause a desgraça do povo brasileiro e o atraso dos nossos municípios, mas estas questões nunca preocupam nossos políticos, que só pensam em si, e dão a pior denominação possível a essa categoria, maculando uma democracia, que nem acabara de nascer e já padece de males tão incuráveis, causados por essa corja de políticos corruptos e ladrões, onde o patriotismo e a honestidade são simplesmente palavras arcaicas, esquecidas nos velhos dicionários palacianos, cujos significados já não tem sentido algum para eles!
O que mais me estarrece é quando um deputado ou senador é acusado de algum ato ilícito, os demais colegas o acusam com tanta veemência, esbravejando honestidade para os quatro cantos do país, como se fossem o último esteio, a última e definitiva barreira em defesa da moralidade, numa bem urdida, mas mal disfarçada, falácia dos habitantes temporários de Brasília – alguns ficam até que a morte nos livrem deles - numa interpretação digna dos grandes atores, embora, como tal, saibamos, de antemão, que é pura representação para um povo, que só vota porque é obrigado, perdendo seu precioso tempo, num dia de domingo, votando em quem não lhe dá nenhuma credibilidade ou respeito, mas que, em virtude dessa obrigatoriedade, acaba por coonestar o mandato de todos eles. Coisas do Brasil!...
E tem mais, os acusadores de hoje são os acusados de amanhã, por isto a farsa da acusação que jamais será levada a julgamento ou a qualquer tipo de punição, porque todos ou quase todos - gostaria de acreditar em exceção e acho até que existe, em escala ínfima – se defendem mutuamente, advogando em causa própria da acusação de corrupção, instituindo, no Congresso Nacional, uma “Constituição” paralela, para uso próprio, em detrimento dos interesses de nosso país e de todo o povo brasileiro!
A triste constatação a que cheguei e disso não tenho mais dúvidas, é que o padrão moral praticado em Brasília é muito diferente daquele usualmente praticado pela grande maioria dos brasileiros, que se vêem arrolados pela opinião pública internacional, nesse “balaio de gatos”, ou de gatunos, sem nunca terem participado de qualquer ato vergonhoso ou de favorecimento por corrupção e não têm, sequer, a mínima chance de se defenderem,onde grande parte dos meios de comunicação se omite e só se manifesta em defesa dos ricos e poderosos!
Ao contrário de tudo isto, aqueles que se dedicam ao trabalho honesto acabam sofrendo as conseqüências econômicas por se oporem a essas forças contrárias ao primado da honestidade, porque preocupam-se mais com sua dignidade do que com o dinheiro inexplicável e, assim, levam sua vida trabalhando duramente, sem as benesses desses favorecimentos imorais e mais uma vez acabam pagando por isto ao se aposentarem, quando são roubados pelo Governo Federal, que lhes tira o sustento e o direito de saldarem seus compromissos, como se aposentado não pagasse contas!...
Louvo o trabalho do saudoso presidente Juscelino, mas a mudança da capital para o Planalto Central tirou do Congresso Nacional os olhos vigilantes do povo, que, bem ou mal, conseguia inibir a roubalheira que se instalou no país após Brasília, que, por ser tão distante dos nossos principais centros urbanos, dá uma prazerosa imunidade aos ladrões que se apossaram do Brasil e, como já disse anteriormente, às custas de nossos votos!
A salvação do País está em tirar a capital de Brasília, retornando-a para o Rio de Janeiro, de onde nunca deveria ter saído, para que nós, que defendemos, com o rigor das Leis, um Estado de Decência, possamos exercer uma fiscalização ferrenha e cobrar desses caras o patriotismo que nunca tiveram no longínquo Planalto Central e resgatarmos para o Congresso Nacional o padrão moral que há mais de cinquenta anos vem sendo jogado na lama por esses maus brasileiros!!!
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