QUE MUNDO É ESSE?...
Anísio Saber Filho
Às vezes fico pensando, até com certa tristeza, sobre o mundo em que vivemos, esse mundo atual, que se diz moderno e globalizado e sem restrição alguma, cuja palavra parece ter tomado outro significado, que não o da integração em todos os sentidos da existência humana!
Na verdade, o que se vê é a intenção de um grupo de neo-liberais, deitados sobre os privilégios dessa malfadada globalização, espalhados pelos quatro cantos da Terra, usufruindo dessa definição unilateral, dada por eles mesmos, a essa palavra tão abrangente, mas recolhida a uma insignificância econômica, que jamais pretendeu ser globalizante em sua plenitude, como concebeu Marshall McLuhan, quando se referiu à globalização dos meios de comunicação, como fator de integração entre os seres humanos, o que, hoje, é uma realidade, mas que, infelizmente, não viveu o suficiente para confirmar suas teorias.
Como conseqüência, as pessoas perderam a capacidade de compadecerem de seus semelhantes, vítimas dessa modernidade, que nos impele a um consumismo sem precedentes, estimulados, que somos, pelo bombardeio diário a que nos submetem, cujo único objetivo é o de movimentar essa engrenagem capitalista que está levando o mundo à auto-mutilação de seus princípios, onde os ideais dos homens estão sendo substituídos pela necessidade de se ganhar dinheiro, a qualquer custo, como se fosse um alimento imprescindível às nossas reais necessidades de sobrevivência.
“Consuma mais e mais e viva mais e mais”.
Que crueldade com os seres humanos, que não vêem mais o tempo passar, porque a cada dia trabalha mais e mais, para poder atender a tantas demandas consumistas e, sem tempo até mesmo para lembrar-se de sua própria existência, nem sente mais a alegria de viver, e acaba por consumir-se a si mesmo, numa rotina insana, imposta por essa força hercúlea, lamentavelmente, alimentada pelo nosso próprio trabalho, contra a qual não temos como nos defender.
E, com isso, os homens perdem a sua delicadeza, não havendo mais lugar para um gesto de amor ou de carinho, ultrapassados que foram pela brutalidade do mundo atual, onde a desonestidade e a esperteza adquiriram status de pós-graduação e de doutorado, tornando o homem vulnerável a todos os tipos de falcatruas, protagonizadas por aqueles que detêm o poder, seja político ou econômico!
É desalentador, saber que a grande maioria dos homens se descambou para uma individualidade perigosa, para tentar defender-se, e, sem perceber, põe em risco um dos mais nobres sentimentos, que é o da participação e da comunicação entre as pessoas, baseados no respeito mútuo, no amor e na ajuda recíproca, sem interesses que não correspondam ou que possam ferir os limites da moral e da coexistência humana!
domingo, 7 de agosto de 2011
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