MINHA VERDADE
Anísio Saber Filho
Sou um simples ser humano e estou em busca da verdade – da minha verdade – não necessariamente da verdade absoluta, porque esta não é deste mundo e não tenho a mínima pressa em saber o que me espera naquele plano de minha existência, e sim da minha verdade terrena, com todos os seus pragmatismos e abstrações, erros e acertos, defeitos e virtudes, sem a presunção de estar sendo submetido a qualquer tipo de julgamento, enquanto me é possível usufruir das benesses desta vida maravilhosa – uma concessão especial de Deus, a nós, os seres humanos.
E,apesar das pedras que encontro pelos caminhos, não me sinto infeliz em ter que transpô-las, porque cada pedra que deixo para traz, representa uma vitória pessoal nesta longa estrada da vida e as que não consigo ultrapassar personificam a minha luta diária e não deixo que interfiram em meu bem estar e até as encaro com certa normalidade - fazem parte da existência humana!
Tudo isto representa a história que contamos, onde somos o personagem principal, a protagonizar os bons e os maus momentos que expressam a essência das coisas, como indivíduo, e que se desdobram no relacionamento entre as pessoas das mais diversas vertentes, sejam sociais, intelectuais e religiosas, que pretendo entender como parte de um mundo real que, em síntese, possa interpretar como sendo a minha verdade!...
Nesta busca constante e intensa, minha verdade não se restringe somente a mim e, a cada dia, a cada hora e até mesmo a cada minuto, descubro partes dela nas mínimas coisas, numa conversa informal, que, aparentemente, não tem importância alguma e que acaba por acrescentar ensinamentos que incorporo à minha personalidade, à minha maneira de ser e de viver!
Hoje, por exemplo, uma imensa pedra, assim meio que de repente e sem esperar, foi colocada em meu caminho e a tropeçada foi violenta, como um potente soco, que quase me levou a nocaute, que só não aconteceu porque minha experiência de vida me permitiu levantar a cabeça, olhar para os céus, à procura de uma Sabedoria Maior, que nunca me faltou!
Enxuguei minha testa, a esta altura, escorrendo suor por todos os poros, porque veio de alguém que jamais pude imaginar e perguntei aos meus botões: por quê? E a resposta foi imediata: - Porque alguns seres humanos são assim, vivem colocando armadilhas em nossas vidas, acreditando que, assim, não possamos nos levantar e seus egos se exaltam, escorados em sentimentos desprovidos de nobreza ou movido pela cobiça, num desejo incontido de possuir um bem que não lhes pertence!...
Às vezes, nem tudo são flores para quem pratica atos com tanta desonra e o retorno é rápido e doloroso, muito embora possa surgir daí um grande aprendizado e como um coelho tirado da cartola, superamos as adversidades, com classe e galhardia, glorificadas na decepção daquele que atirou a pedra, que acabou por atingir em cheio o seu orgulho, jogando o elevado conceito que tinha de si mesmo na podridão que ele próprio criou!
Ah! Não sei se estou certo ou errado, mas não posso e não vou negar, que chego a rejubilar-me de contentamento quando vejo as coisas se inverterem e a canalhice se voltar contra seu autor com muito mais vigor, que, desmoralizado perante àquele que queria atingir, não tem a capacidade e a força moral para se defender de tanta estupidez!
Vida que segue, eles que se defendam das próprias pedras e tentem adquirir moral suficiente para saírem do lamaçal em que se meteram, e eu, que ando por outras estradas, vou continuar a trilhar o caminho que delineei para mim na certeza de que, com minha maneira de pensar e de agir, encontrarei a minha verdade nas pessoas que vieram ao mundo para praticar o bem e o amor ao próximo e é com elas que me importo e fazem parte de um universo bem mais grandioso e é nesse universo que pretendo residir até o último de meus dias e, aí sim, poderei partir em busca da minha verdade absoluta!...
sábado, 13 de novembro de 2010
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