Anísio Saber Filho
Deus, ao criar o mundo, criou várias raças
dentro da mesma espécie, com liberdade de procriarem-se,
entre si, sem ofensas ao seu criador.
Se tivesse eu nascido na Áustria, feito carreira política na Alemanha ou qualquer outra hipótese possível, afirmo, com toda a minha convicção terceiro-mundista, que jamais passaria pela minha cabeça, buscar a homogeneização da raça humana, promovendo leilões públicos para se descobrir como se mata mais pessoas em menos tempo, mesmo porque, se assim o fizesse, com toda certeza a ela não sobreviveria, já que meu biotipo contraria as leis que qualquer beleza estética exige! O que dizer então dos rígidos padrões arianos de Hitler - Mas é claro, não é esta a minha preocupação.
O problema é de consciência mesmo; de vontade de ver o mundo cada vez mais heterogêneo, com diferentes raças se desenvolvendo, pensando igual em suas diferenças já que os objetivos são comuns e é assim que tem que ser!
No momento, estou pensando em português, mas poderia ser em qualquer outra língua, em dialeto ou até mesmo como um sul-africano (negro) que não estaria preocupado com as diferenças de raça ou de credo. Preocupa-me sim as diferenças morais, o direito à vida e à liberdade.
Estas sim são razões que justificam até mesmo o uso da força para defendê-las, até porque, Deus, ao criar o mundo, criou várias raças dentro da mesma espécie, com liberdade de procriarem-se, entre si, sem ofensas ao seu Criador.
Ocorreu-me a idéia de escrever sobre este tema, não porque me sinta atraído por ele e acredito até que todos gostariam é de esquecê-lo. Mas o estarrecimento de que fui acometido, há algum tempo atrás, ao tomar conhecimento, pelos jornais, da formação do partido nazista na Argentina, com requintes de fanatismo e de obsessão política, com o objetivo de tomar o poder naquele País e de exterminar todos os judeus do mundo, envergonha a América do Sul e principalmente a nós brasileiros, que vivemos numa sociedade pluralista, miscigenada e livre.
Sessenta anos se passaram e a maioria das pessoas que vivenciaram de perto ou à distância aquele momento e até mesmo as gerações que vieram depois, sabem que não se procurava defender nada, havia somente um desejo incontido de matar judeus, desarmados.
Que idealismo poderia haver em querer exterminar uma raça? Julgavam-se Deuses, mas eram meros assassinos, cruéis e covardes!
É verdade, sessenta anos se passaram! Apesar de tudo, alguns ventos malfazejos sopram as brasas apagadas do nazismo e ainda conseguem avivar algumas fagulhas aqui pela América do Sul, fagulhas estas, que me queimaram mais hoje do que quando tomei conhecimento através da história.
É lamentável! Justamente nós, sul-americanos, que somos por índole, contra qualquer tipo de discriminação, sermos obrigados a relembrar esta página que deveria ser arrancada da história!
Mas ressurge. Ressurge, quando todos sabemos, inclusive e principalmente os Argentinos, que tiveram a macular seu solo, as botas de um dos maiores algozes nazistas de Hitler: Adolf Heichemann.
Hitler, Para redimir-se, não perante a humanidade, mas perante a si mesmo, preferiu matar-se. É muito pouco para um homem com este terrível passado, ele não tinha esse direito. Teria de ser julgado pelo Tribunal de Nuremberg, da mesma maneira que seus comandados.
Foi covarde e egoísta. Quis ele mesmo julgar-se e, culpado, foi por ele mesmo executado.
Mas o que me leva mesmo à incredulidade, é saber que um povo, com a inteligência dos alemães, tenha seguido cegamente a um homem estúpido como Hitler, que não teve, sequer, coragem e dignidade de submeter-se a um julgamento justo e, assim, poder provar que seus atos estavam certos.
Não deu a mínima para os alemães, que nele depositaram os destinos de seu País, que acabou dividido numa partilha humilhante para a Alemanha, pelo chamado “Muro de Berlim” e que simbolizou, durante décadas, o fracasso de Hitler e daqueles que nele acreditaram!
Adendo, a posteriori: (alguns anos depois)
Como se não bastasse a imbecilidade de alguns argentinos, agora somos obrigados a reviver esse pesadelo, por causa de uns poucos brasileiros de pouca ou nenhuma informação que teimam em desconhecer a triste história do holocausto, querendo implantar um movimento racista e discriminatório em nosso país, incentivando o anti-semitismo e a violência, bem como promover a apologia da guerra.
Deveriam, isto sim, tentar salvá-lo das desigualdades sociais, perpetuadas por nossos governantes, e não se igualarem a eles ou até mesmo tentar superá-los em seus desmandos e desatinos, mostrando para o povo brasileiro um falso ideal de nacionalismo, muito diferente daquele que os verdadeiros brasileiros desejam para esta maravilhosa nação, chamada Brasil!
terça-feira, 13 de outubro de 2009
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